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Menopausa à vista: o humor muda, mas será que a personalidade também?

  • Foto do escritor: Assecom Assessoria em Comunicação
    Assecom Assessoria em Comunicação
  • 29 de out.
  • 3 min de leitura

Durante a perimenopausa, fase de transição para a menopausa que normalmente ocorre entre os 40 e 50 anos, os hormônios começam a oscilar de forma imprevisível, e a menstruação se torna irregular.

Estrogênio e progesterona sobem e descem como uma montanha-russa, e o corpo responde com calores repentinos, insônia e variações de humor. Não raro, a mulher sente que não é mais a mesma pessoa. Mas será que isso realmente afeta a personalidade?


Personalidade intacta, mas testada.


Apesar da intensidade das transformações, os especialistas ouvidos por Universa concordam em um ponto: a menopausa não altera a essência da mulher


"A gente não muda de personalidade por conta do climatério. Se houvesse uma mudança de personalidade, provavelmente já existia uma questão de saúde mental não diagnosticada", ressalta Rita Calegari, psicóloga do Hospital Nove de Julho.


O que muda, segundo ela, é a forma como a mulher encara a vida nesse momento. A perimenopausa coincide com a meia-idade, fase em que os filhos crescem, os pais envelhecem e a carreira passa por redefinições. É um caldeirão de fatores biológicos, emocionais e sociais que pode redefinir prioridades.


Não é que os hormônios mudem a personalidade por completo, mas o período traz desafios que podem transformar a maneira como a mulher se enxerga e enfrenta o mundo.


Alexandre Okanobo, psiquiatra do Einstein Hospital Israelita


Hormônios em turbulência afetam percepção.


Segundo Cristina Formiga, endocrinologista do Hospital Samaritano Higienópolis, o principal protagonista desse período é o estrogênio, e sua queda afeta inclusive o cérebro. "Essas oscilações provocam uma dificuldade de concentração e o brain fog, ou névoa cerebral", diz a médica. A consequência prática pode ser esquecimentos, irritabilidade e até dificuldade em manter a atenção.


De acordo com Jussara Gomes, ginecologista da clínica AMO, de Salvador, essas oscilações hormonais podem até modificar padrões de comportamento e percepção de identidade. É como se, de repente, a mulher precisasse se reconhecer em um corpo e em um modo de reagir que não lhes eram familiares até então.


Janela de vulnerabilidade mental


Do ponto de vista da psiquiatria, o impacto pode ser ainda mais profundo.


"As oscilações hormonais podem, por si só, desencadear alguns sintomas depressivos e ansiosos, mas também deixam a mulher mais vulnerável a desenvolver um transtorno depressivo ou ansioso", explica Alexandre Okanobo, psiquiatra do Einstein Hospital Israelita.


O problema é diferenciar o que é efeito "normal" do climatério e o que é sinal de um transtorno psiquiátrico. Sintomas intensos, que atrapalham significativamente a vida, acendem o alerta. Quando tristeza, fadiga, preocupação ou irritabilidade deixam de ser passageiros e comprometem trabalho, relacionamentos e até a higiene pessoal, é hora de buscar ajuda especializada.


"Geralmente nesses casos, a gente tem que fazer uma investigação mais minuciosa. Até porque pode estar acontecendo o transtorno psiquiátrico e, ao mesmo tempo, a síndrome climatérica", sinaliza o psiquiatra.


Estratégias para atravessar a fase.


O tratamento varia de acordo com a intensidade dos sintomas. Antidepressivos e ansiolíticos podem ser úteis quando há um quadro psiquiátrico diagnosticado.


Já a terapia de reposição hormonal, embora mais segura hoje do que há 20 anos, não é indicada para todas, principalmente em casos de histórico de trombose ou câncer de mama e endométrio. Até mesmo tabagistas devem evitar.


Para quem pode, segundo Okanobo, alguns estudos mostram que a terapia hormonal pode ajudar em sintomas depressivos, ansiosos, de humor e cognitivos. "Dependendo do momento que é indicada essa terapia, ela vai auxiliar mais ou menos no controle de alguns sintomas. Mas isso precisa ser visto caso a caso", diz.


Além das soluções médicas, estratégias não farmacológicas são fundamentais. Alimentação saudável, exercícios, suplementação vitamínica quando necessária e psicoterapia estão entre as principais recomendações.


"Alguns fitoterápicos como folha de amora ou ainda tibolona podem ajudar a minimizar alguns sintomas. Mas não devem ser consumidos sem orientação médica, pois têm contraindicações também", orienta Cristina Formiga.


Um novo corpo, uma nova história.


No fim das contas, a menopausa não transforma radicalmente quem a mulher é, mas pode, sim, abalar temporariamente sua identidade, mexer com a autoestima e colocar em xeque certezas de uma vida inteira. A sensação de "não ser mais a mesma" não é sinal de perda de personalidade, mas reflexo de um corpo e uma vida em transformação.


"É natural que a mulher atravesse essa fase dizendo que não se sente ela mesma, porque é uma fase nova, é um novo corpo, uma nova história, um novo momento de vida com o qual a gente tem pouco ou nenhum preparo", diz a psicóloga Rita Calegari.



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